segunda-feira, 24 de maio de 2010

Tempos modernos

Ainda dentro desse mesmo tema do post anterior, vi esse vídeo super interessante na internet sobre as novas mídias...





Com isso tive a idéia de pedir para o Leo Martinez, Diretor de Criação da Agência V+Z, escrever um artigo sobre esse tema. Martinez é especialista no tema e palestrante convidado em todas as minhas aulas de marketing da FGV, no Rio de Janeiro. É possível que quem foi meu aluno nos últimos anos já o conheça.


O artigo é muito bom.


Recomendo que leiam até o fim.


Abraços,
Newton


O caminho, a verdade e a luz dos novos tempos


É incontestável que a maneira como os clientes se relacionam com produtos e marcas mudou. Essa mudança tem causa, motivo e explicação. Com a evolução dos sistemas de comunicação em massa, a base da informação que nos relaciona muda, gerando novos códigos, canais e linguagens em comunicação - além de novos ruídos é claro.


E essa nova base da informação é que agora vem regendo essa nova e cultura, assim como os novos relacionamentos (sejam com as marcas, produtos ou mesmo interpessoais) e até uma nova economia.


O resultado disso tudo é um novo comportamento.


Só que as marcas, muito preocupadas com o hoje, com a curva de faturamento, com o ROI, com o trade, e com as pendências diárias, não conseguem parar e analisar essa “big picture”. O comportamento de focar nas pendências e não conseguir perceber as tendências é padrão.


Então a saída que encontram é tentar, em vão, utilizar soluções do modelo antigo na realidade nova. Um ótimo exemplo é o da bicicleta: as primeiras bicicletas tinham selim semelhantes a selas de cavalo.. Era onde o inventor entendia que era como se sentava numa estrutura do modelo anterior. São inúmeros os exemplos: um banner que nada mais é do que um outdoor dentro da tela, ou o spam que é a versão digital da mala-direta.


No momento estamos no meio dessa mudança, e ela ocorre cada dia mais rápido. Perceba a dificuldade que os que não pertencem à geração Y têm com a linguagem de instant messaging - MSN, BBM, Gtalk, etc . Nós - acontece comigo também - fomos criados para escrever numa narrativa de monólogo, você escrevia sua carta contando tudo e a pessoa respondia tudo. Já hoje quando se demora um pouco na resposta, o assunto muda, e muitas vezes os dois tentam em vão se entender no meio de dois ou mais assuntos diferentes - essa resposta foi pra qual pergunta afinal?


O altíssimo investimento em mídias tradicionais ainda reflete esse momento de mudança de entendimento do mundo pelas marcas. Mas o surgimento, a cada dia, de novas e mais elaboradas ferramentas, usos e maneiras de se atingir esse consumidor já muda esse quadro de maneira irreversível.
Isso porque o consumidor-target está cada dia mais saturado e se defende da explosão de mídia e da avalanche de impulsos sensoriais que lhe é empurrado diariamente. É a hora das marcas se preocuparem mais com o que fica de residual nesse consumidor após alguma experiência: seja ela de serviço, compra ou mesmo apenas conceitual e intuitiva.


Nessa nova cultura de convergência os valores de inovação e ineditismo alcançaram um nível de relevância que ainda não conseguimos entender, mas definitivamente já identificamos como aspiracionais.


É aí que está a grande mudança e o que acredito que seja o caminho, a verdade e a luz: vender idéias, conceitos e ideais engajantes. Não apenas produtos, benefícios e diferenciais técnicos.


O mercado precisa, definitivamente, de uma catequese.




*Leo Martinez é Diretor de Criação da agência V + Z e membro do Conselho de Promo do Clube de Criação do Rio de Janeiro.


2 comentários:

  1. Acho muito interessante e válida essa aproximação, discussão, do ensino especializado e do dia-a-dia nas agências.

    Parabéns pelo artigo.

    André Vela | Diretor de criação [Matriz]

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  2. Tá certíssimo, Martinez!
    O mundo da comunicação é muito mais degradê do que o preto e branco que se vê por aí.
    Engraçado que os clientes para quem trabalhamos também são consumidores. Deveria ser simples pra eles entenderem essas coisas... Não é!
    Mesmo assim a gente continua tentando.

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